Rescisão CLT: como usar o dinheiro para quitar dívidas
A melhor forma de usar o dinheiro da rescisão para quitar dívidas é agindo com estratégia, não com impulso. O caminho mais eficaz consiste em primeiro, separar uma parte do valor para criar uma reserva de emergência que cubra seus custos básicos por alguns meses.
Com o valor restante, o foco deve ser quitar, ou ao menos renegociar, as dívidas que possuem as maiores taxas de juros, como o cartão de crédito e o cheque especial, pois são elas que mais rapidamente corroem seu patrimônio.
Receber o valor de uma rescisão contratual é um momento agridoce. Traz um alívio financeiro imediato, mas também a incerteza do futuro. Por isso, a decisão sobre como utilizar esse recurso é uma das mais importantes que você pode tomar pela sua saúde financeira. Usar esse capital de forma inteligente pode representar a virada de jogo definitiva para uma vida com mais tranquilidade e controle, livre do peso sufocante dos débitos.
Este guia foi desenhado para ser um mapa claro e objetivo, ajudando você a transformar esse momento de transição em uma oportunidade real para reorganizar suas finanças e construir um futuro mais sólido.
O que você vai ler neste artigo
Qual o primeiro passo antes de começar a pagar?
Antes de realizar qualquer transferência bancária, o primeiro passo é a clareza. É fundamental fazer um diagnóstico preciso da sua situação financeira. Pegue papel e caneta ou abra uma planilha e liste absolutamente todas as suas dívidas. A desorganização é a maior aliada dos juros altos.
Para cada dívida, anote três informações vitais:
Credor: Para quem você deve (banco, financeira, loja, etc.).
Saldo Devedor Total: O valor exato que ainda falta para quitar a dívida.
Taxa de Juros (Custo Efetivo Total – CET): Esta é a informação mais crucial. Ela mostra o quão “cara” é aquela dívida.
Com essa lista em mãos, você deixa de encarar um problema abstrato e passa a ter um panorama claro. Esse mapa permitirá que você tome decisões baseadas em dados, e não em emoção, garantindo que cada real da sua rescisão seja usado da forma mais eficiente possível.
Tenho várias dívidas. Por qual delas devo começar?
A resposta para esta pergunta é puramente matemática e deve guiar toda a sua estratégia. A prioridade máxima é sempre quitar a dívida com a maior taxa de juros. Ignorar isso é como tentar encher um balde com um grande furo no fundo; o esforço é grande e o resultado, pequeno.
As dívidas com juros mais altos funcionam como um acelerador de problemas. Em geral, a ordem de prioridade no Brasil é a seguinte:
Rotativo do Cartão de Crédito: Possui as taxas mais abusivas do mercado. Quitar essa dívida é uma emergência.
Cheque Especial: Outro vilão financeiro, com juros que transformam pequenas quantias em grandes débitos rapidamente.
Empréstimos Pessoais: Dependendo do contrato, podem ter juros muito elevados e devem ser priorizados.
Muitas pessoas sentem o impulso de pagar as dívidas de menor valor primeiro, para ter a sensação de “dever cumprido”. Embora psicologicamente reconfortante, essa estratégia costuma ser financeiramente desastrosa. É preferível quitar uma única dívida de cartão de crédito a eliminar três dívidas pequenas com juros baixos, pois o impacto no seu orçamento a longo prazo será imensamente maior.
O dinheiro da rescisão é suficiente para tudo?
Esta é uma situação muito comum. Se o valor recebido não cobre a totalidade das suas dívidas mais caras, a palavra-chave passa a ser negociação. Lembre-se que, com um valor significativo em mãos para pagamento à vista, você tem um poder de barganha que não possuía antes.
Entre em contato com seus credores, especialmente aqueles das dívidas prioritárias. Apresente a situação de forma transparente: “Recebi o valor da minha rescisão e gostaria de usá-lo para liquidar meu débito com vocês. Qual é o melhor desconto que podem me oferecer para um pagamento à vista?”.
As instituições financeiras têm grande interesse em receber, pois isso reduz o risco de inadimplência total. É muito comum conseguir descontos expressivos sobre os juros e as multas. Não tenha receio de negociar. Se a primeira oferta não for boa o suficiente, continue a conversa ou veja a possibilidade de portabilidade da dívida. Use o poder do dinheiro à vista a seu favor.
Devo guardar alguma parte do dinheiro ou usar tudo nas dívidas?
Esta é uma decisão fundamental para sua segurança futura. Utilizar 100% da rescisão para pagar dívidas é um erro estratégico. Você precisa, antes de tudo, garantir sua estabilidade durante o período em que estará procurando uma nova oportunidade profissional. Para isso, é essencial montar uma reserva de emergência.
O cálculo é simples. Primeiro, some todos os seus custos mensais essenciais: aluguel ou prestação da casa, condomínio, contas de água, luz, gás, internet, alimentação e custos com saúde. Multiplique esse valor por, no mínimo, seis. O resultado é o montante que você deve separar para a sua reserva de emergência.
A ordem das operações deve ser:
Valor da Rescisão – Valor da Reserva de Emergência = Valor Disponível para Quitar Dívidas
Ter essa reserva lhe dará a tranquilidade para não tomar decisões precipitadas, como aceitar um emprego inadequado por desespero ou, pior, contrair novas dívidas para arcar com as despesas do dia a dia. É a sua rede de segurança.
O plano de ação: um resumo prático
Para consolidar o conhecimento e partir para a ação, siga estes passos de forma disciplinada:
Diagnóstico completo: Liste todas as suas dívidas com saldo devedor e, principalmente, a taxa de juros de cada uma.
Cálculo da reserva: Determine seus custos mensais essenciais e separe da rescisão o valor correspondente a, no mínimo, seis meses. Guarde esse dinheiro em um investimento seguro e de liquidez diária.
Priorização estratégica: Ordene as dívidas da mais cara (maior juros) para a mais barata.
Ataque e negociação: Use o dinheiro restante para quitar as dívidas do topo da lista. Se o valor não for suficiente, negocie descontos agressivos para pagamento à vista.
Readequação do orçamento: Após quitar ou reduzir suas dívidas, ajuste seu orçamento mensal à nova realidade, garantindo que suas despesas sejam menores que suas receitas (mesmo que temporárias, como o seguro-desemprego).
Ao seguir este plano, você não estará apenas “gastando” o dinheiro da rescisão. Você estará investindo-o da maneira mais inteligente possível: na sua própria paz e na construção de um futuro financeiro estável e promissor.
Perguntas frequentes
Equipe Editorial Lincred
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Observações: devido à dinâmica do mercado financeiro, as informações descritas nos artigos podem sofrer alterações sem aviso prévio e podem estar, em alguns casos, desatualizadas em relação às legislações vigentes. Ao ler este conteúdo você concorda com estes termos. Sempre consulte sua instituição financeira antes de contratar qualquer produto de crédito.
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